quarta-feira, 24 de abril de 2013

Novas demissões nas obras do estaleiro da OSX: no total mais de 300 desligamentos



Hoje a ARG demitiu hoje 90 funcionários. Na última sexta-feira a ICEC demitiu 100 funcionários. Com estas demissões está claro que a OSX decidiu reduzir não apenas seu efetivo direto, mas, também empresas que atuam nas obras do estaleiro que ficarão quase paralisadas.

Há informações sobre desligamento na empresas espanhola Acciona, mas, como o seu trabalho é nas obras do porto de dique do TX-2 é possível que sua redução seja menor, porque também, segundo informações ela poderia desviar pessoas para as obras do terminal TX-1.

A ARG atuou na construção do porto, terminal TX-1 junto com a Civil Port e foi demandada para aturar na construção de galpões num contrato que chegaria a R$ 200 milhões que deve ter sido suspenso ou imensamente reduzido. Em novembro do ano passado a ARG já havia demitido cerca de 300 trabalhadores, boa parte absorvido pela espanhola Acciona.

A ICEC é uma empresa de engenharia paulista especializada em montagens industriais que tem um alojamento na estrada de acesso ao Açu, próximo da ARG e que está atuando na montagem dos galpões e parte industrial do estaleiro. Na sexta demitiram 100 pessoas e novas demissões poderiam ser feitas esta semana.

No total, desde que a OSX decidiu reduzir ou interromper as obras de instalação do estaleiro no Açu, soma-se mais de 300 demissões.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

"Cancelamento de admissão na OSX"


O blog recebeu este email indignado de um profissional selecionado para trabalhar na OSX, que começaria a atuar segunda-feira, (ontem, 15/04) e que na sexta-feira (12/04) foi informado, às 16:30, que a contratação estava sendo cancelada.

As reclamações que chegam paulatinamente ao blog, sobre o tratamento dado pela empresa, aos que foram demitidos são de impressionar, até mesmo, os mais experientes. Na sexta-feira, depois do almoço, as pessoas iam sendo chamadas e avisadas que a empresa estava mudando seu planejamento e dispensando o trabalho. Agradeciam pela colaboração e que os ônibus para levarem estavam aguardando do lado de fora. A informação é de que quatro ônibus com os dispensados saíram em seguida.

Este relato se coaduna com o que foi enviado ao blog. Seu remetente se identificou ao blog, mas, solicitou, por razões óbvias, que seu nome fosse omitido numa possível publicação, que segue abaixo:


"Boa tarde Roberto,

Gostaria de denunciar algumas coisas que ocorreram na OSX nesses últimos dias, peço para não me identificar nessa denuncia.


Bom, era "candidato" a umas vaga de emprego na OSX, passei por todos os tipos de entrevistas e exames médicos, sendo aprovado em todos, por determinação do RH da OSX efetuei o meu desligamento no emprego anterior, estava tudo certo para começar no dia 15/04, quando na sexta-feira, dia 12/04 às 16:30 recebo uma ligação do RH da OSX com a triste noticia de que todas as 18 vagas de emprego que começariam no dia 15/04 foram canceladas.

Como podem cancelar uma vaga assim ? E agora quem vai pagar as nossas contas ? Quem vai colocar comida em casa?

Será que a OSX é uma empresa sem planejamento? Pois se não vai contratar para que abre processo seletivo?

É importante ressaltar que os demitidos tem os seus direitos assegurados!
E os 18 candidatos que em sua maioria se desligaram do emprego? Efetuaram mudança de cidade, estado.
Quem vai pagar essa conta? 

Tudo está documentado por E-mail (pelo menos isso).

Atenciosamente."

FONTE: http://www.robertomoraes.com.br/2013/04/cancelamento-de-admissao-na-osx.html

Ministério Público requisita ao Crea vistoria nas obras do Porto do Açu


Por Leonardo Ferreira 

Considerando as últimas notícias divulgadas pela revista Veja, dando conta que as fundações e estruturas do Porto do Açu, construído pela LLX e do Estaleiro, construído pela OSX, em São João da Barra, apresentam problemas, o Ministério Público Estadual de Campos requisitou ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) a realização de vistoria nas obras, a fim de que seja relatada a atual e real situação das construções, bem como, se há algum problema relevante que comprometa a segurança das obras e da coletividade.

No ofício, o promotor Leandro Manhães informou que a diligência visa a instruir inquérito civil público em tramitação na 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Campos, que já apura outras irregularidades, como a salinização do subsolo, em razão dos depósitos de areia decorrentes da dragagem do Canal da Unidade de Construção Naval da OSX.

Caso seja constatada alguma irregularidade, o Ministério Público poderá ajuizar ação civil pública, com o objetivo de adequar as estruturas comprometidas às determinações legais, de modo a inibir a ocorrência de danos.

domingo, 14 de abril de 2013

Do Blog do Pedlowski: Business Week faz matéria sobre Eike Batista, o homem que perdeu 25 bilhões de dólares em um ano




A Revista Business Week, muito respeitada pelos analistas e operadores do mercado de valores, resolveu centrar sua atenção sobre o ícone em descenso do momento, Eike Batista. E a análise da situação de Eike que é feita por um trinca de jornalistas beira um clima de cataclisma eikeiano, pois coloca parte dos problemas enfrentados por Eike Batista na capacidade de suas empresas de estarem à altura de suas promessas grandiosas, o que levou, segundo os jornalistas, a um inevitável clima de ceticismo e desilusão.

A matéria, surpresa das surpresas, termina com uma citação sobre os problemas de um certo que Eike Batista está construindo no Rio de Janeiro. Apesar de não ter sido nominado na matéria, qualquer criança em Água Preta ou Barra do Açu sabe muito bem de que porto falam os jornalistas da Business Week.



Eike Batista, the Man Who Lost $25 Billion in One Year


A year ago, Eike Batista was Brazil’s richest man, and his goal of climbing to No. 1 in the world seemed within reach. After founding five publicly traded natural-resource companies in six years, he’d just sold a stake in his EBX Group conglomerate that valued his holdings at $34.5 billion. His companies had yet to turn a profit, so the deal, struck with an Abu Dhabi sovereign wealth fund, was mainly a testament to Batista’s vision: an integrated empire of companies, shipping oil and iron ore to China from a port he was building near Rio de Janeiro. “I think Eike is a special kind of entrepreneur,” said Brazil’s President Dilma Rousseff during a visit to the port project in April. “He’s a person who comes up with extremely ambitious dreams and then seeks to fulfill them.”


Today, Batista’s empire is under siege. His port, which he said would be the third-largest in the world, is still under construction, just one of many delayed projects and missed production targets. That, together with a 34 percent decline in the price of oil since 2008, has battered his companies’ share prices and knocked $25 billion off his net worth, more than the entire fortune of Amazon.com founder Jeff Bezos. “People were basically investing in a PowerPoint presentation,” says Ed Kuczma, an emerging-markets analyst at Van Eck Associates, which holds shares in Batista’s companies. “He’s very charismatic. I’ve seen him on roadshows and he definitely lightens up a room when he walks in. But he doesn’t have the credibility he used to.”


With a net worth of $9 billion, Batista has fallen off the Bloomberg Billionaires Index’s top 100 and dropped to No. 4 in Brazil. Investors, concerned about his companies’ continued ability to borrow money, have made OGX Petróleo e Gás, his largest holding, into Brazil’s second-most-shorted stock. (Short sellers borrow shares and sell them, hoping to buy them back at lower prices.) On March 22, OSX Brasil, Batista’s shipbuilding and oil services company, plunged 17 percent, to a record-low 4.88 reais a share. OGX fell 9.2 percent. On his Twitter account, Batista wrote that investors betting against him based on “rumors and gossip” would be “caught with their pants down.” In five years, he tweeted, his projects would remake Brazil as a “mega-efficient” country. A person close to EBX, who asked not to be identified because the matter is private, says that Batista’s companies are not facing any short-term financing problems and have $6 billion to $7 billion in cash. Batista declined to comment.


Investors’ loss of faith in Batista comes as the general euphoria over Brazil’s prospects dims. After growing at a China-like pace of 7.5 percent in 2010, the country’s gross domestic product expanded 0.9 percent last year. Batista’s decline has dominated headlines in Brazil in part because of what he had come to represent. In an interview with Bloomberg News last year, he said, “Brazilians have always admired the American dream. What’s happening in Brazil is the Brazilian dream, and I happen to be the example.” He has more than 1.2 million Twitter followers and, in 2011, published a bestselling memoir.



The billionaire has often failed to live up to his own hype. Based on studies by geologists he’d hired away fromPetrobras (PBR), Brazil’s state-controlled oil company, Batista predicted that OGX would pump 50,000 barrels a day by the end of 2012, ramping up to 730,000 a day by 2015. He said it was one of a group of “bonanza assets” worth as much as $1.5 trillion that would produce such high profit margins that they were “idiot-proof.” When OGX began pumping oil in January 2012, Batista bragged on Twitter that the two-year interval between discovery and production was a world record. The wells were far less bountiful than he’d hoped, however, and the company is now producing fewer than 17,000 barrels a day.

Batista, 56, started out selling insurance policies while still in college in Germany. Although he often speaks of being a self-made man—he bought his first gold mine at 24—his father, Eliezer Batista, served as Brazil’s mining and energy minister and as president of Vale (VALE), the formerly government-owned mining giant. The younger Batista has acknowledged that his father’s reputation helped him secure his first loans. In recent years, Batista’s startups have benefited from the largesse of Brazil’s state development bank, which has lent more than $5 billion to his companies since 2007.

A tendency to oversell earns Batista frequent comparison to a certain American billionaire. “You can see why people characterize him as the Donald Trump of Brazil,” Kuczma says. As with Trump, Batista’s social life is a source of constant fascination. His ex-wife, Luma de Oliveira, is a former Playboy model and Carnival dancer. In 2010, he made headlines for recommending a $35,000 treatment that restored hair to his balding head. He’s a champion speedboat racer. At his mansion in Rio de Janeiro, he used to keep a $500,000 Mercedes-Benz SLR McLaren parked in the living room. That car figured in a tragic episode last year, when his son Thor hit a man riding a bicycle while driving it. The cyclist died. Amid the uproar, Batista defended his son on Twitter by accusing the cyclist of “imprudence.” Thor, now 21, is facing unintended vehicular manslaughter charges. His lawyers say the charges are baseless.

Over the years, Batista has launched ventures that leave investors scratching their heads. In the 1990s he started a cosmetics business with his ex-wife, and also a jeep factory. Both went under. In 2010 he started IMX, which promotes Ultimate Fighting Championships and Cirque du Soleil performances in Brazil. “We’re always in deal mode,” Batista said in an interview last year.

For now, he’s in damage control mode. On March 6, Batista announced an agreement with Grupo BTG Pactual Chairman André Esteves, a billionaire banker, to jointly run a strategic and financial management committee to help turn around Batista’s companies. Batista on March 28 confirmed plans to sell a stake of as much as $770 million in MPX Energia (MPXE3), his power-generation unit, to Germany’s E.ON (EOAN). MPX will also offer $590 million in shares to other investors to raise capital. “He used to be the North Star for Brazilian entrepreneurs,” says Eric Conrads, a mutual fund manager at ING (ING) who specializes in Latin American stocks. “Now he’s more of a shooting star—bright at one stage, and then …”

The bottom line: With oil prices down 34 percent since 2008, Batista’s plans for a port near Rio de Janeiro are foundering.

Do Brasil 247: De Gaspari a Foster: deixe Eike quebrar



Colunista Elio Gáspari recomenda à presidente da Petrobras, Graça Foster, que não se envolva com os maus negócios do empresário Eike Batista; segundo o jornalista, negócios do grupo EBX não trazem risco sistêmico e qualquer tentativa de resgate, como o uso do Porto do Açu pela estatal, seria transformar o Brasil no paraíso do "capitalismo de compadrio"; Gaspari lembra ainda que Eike tem patrimônio, pois oferece jatinhos para políticos como Sergio Cabral e possui uma Mercedes SLR Mclaren na sua sala de estar

247 - O colunista Elio Gaspari, um dos mais influentes da imprensa brasileira, publicou artigo, neste domingo, em que aconselha a presidente da Petrobras, Graça Foster, a manter distância do empresário Eike Batista. Segundo ele, qualquer tentativa de resgate feita pela Petrobras, como o que se discute, por exemplo, no Porto do Açu, consagraria, no Brasil, o capitalismo de compadrio. Gaspari lembra ainda que Eike, que costumava criticar a falta da "cultura de risco" de seus pares, tem patrimônio para resolver seus problemas sozinho. Leia abaixo:

O capitalismo de compadrio entrou em cena

As cotações de Eike Batista nada têm a ver com a imagem do Brasil, muito menos com risco sistêmico

Quem comprou um lote de ações da OGX de Eike Batista quando ela foi lançada, em 2008, pagou R$ 1.200. Hoje ele vale R$ 150. Milhares de pessoas tomaram esse tombo, sem que houvesse uma crise na economia ou cataclismo. Pequenos e grandes investidores acreditaram num negócio e deram-se mal. Assim é o mercado.

Diante das dificuldades do bilionário brasileiro, surgiram duas linhas de argumentação defendendo um socorro da Viúva. Quase todas vindas da privataria, outras, do comissariado.

Numa, Eike Batista deve ser amparado para evitar que suas dificuldades comprometam a imagem do Brasil junto ao mercado de investidores internacionais.


Ou então ele deve receber alguma proteção para evitar um risco sistêmico.


O primeiro argumento é uma falsidade. Imagine-se um investidor americano, em seu escritório de Chicago, recebendo a informação de que o governo brasileiro amparou o empresário que em 2011 foi listado como o homem mais rico do país, com US$ 30 bilhões, e anunciou que pretendia ser o primeiro do mundo. Ele tem grandes empreendimentos, mantém uma Mercedes SLR McLaren atrás de uma vidraça de sua sala de estar e disputou num programa de televisão a lingerie que pertencera a sua mulher. Já veio a público defender o seu direito de emprestar um jatinho para autoridades federais, estaduais e municipais. Na última campanha do governador Sérgio Cabral pingou R$ 2 milhões. Noutra, do prefeito Eduardo Paes, botou R$ 500 mil. Ademais, ele tem patrimônio para oferecer ao mercado. O governo ampararia um empresário que em 2007 criticava a falta de "cultura de risco" de seus pares.


O sinal que o investidor estrangeiro recebe é o do triunfo, no Brasil, do capitalismo de compadrio. Ele já viu o fim desse filme na Coreia em 1997, na Espanha em 2008 e na Grécia em 2010.
O segundo argumento, mencionando um "risco sistêmico", merece ser traduzido: trata-se de usar dinheiro da Viúva para blindar bancos oficiais e privados que emprestaram dinheiro ao grupo EBX, assumindo riscos maiores que os dos acionistas. Típico resgate do andar de cima. Coisa de pelo menos R$ 13 bilhões. Uns oito bilhões saíram do BNDES e da Caixa, que lidam com recursos públicos. Outros R$ 5 bilhões foram emprestados por banqueiros e fundos que tinham "cultura de risco".

Imagine-se a seguinte situação: Em 2008 Guido Coutinho comprou R$ 1,2 milhão de ações da OGX. Nesse mesmo ano, um grande banco emprestou R$ 120 milhões a uma empresa de Eike Batista. Mais tarde, sem relação com o investimento que fizera, Guido fez um empréstimo de R$ 1,2 milhão no mesmo banco que comprou o "risco Eike". Hoje, o bom Guido está com R$ 150 mil na sua carteira de ações e, com seu trabalho, tudo paga o que deve ao banco. Ele sabe que nos próximos anos não recuperará o investimento que fez nas ações, mas o banco que emprestou a Eike quer o seu. Como metade do crédito saiu do BNDES, o capitalismo de compadrio poderá colocar Guido Coutinho no pior dos mundos: Perdeu nas ações, pagou o que devia e o dinheiro dos seus impostos, convertido em aportes do Tesouro, seria usado para refrescar os bancos que emprestaram a Eike. O mesmo acontecerá se, por meio de alguma gambiarra, a Viúva capitalizar as empresas X para fechar a conta com a banca privada.

Fracassada a tentativa de transferir um estaleiro capixaba para a carteira do grupo X, surgiu uma manobra no mercado: a Petrobras pode entrar no empreendimento do porto de Açu. Metade dessa grande obra está pronta, recebeu R$ 4 bilhões de investimentos, emprega oito mil pessoas e tem muito para dar certo. A doutora Graça Foster informou que a empresa ainda não pensou nesse assunto. Se a Petrobras quiser entrar no Açu pode-se perguntar porque esse interesse só apareceu agora, já que o projeto existe desde 2007.

Se a estatal se decidir por essa transação, fará bem se exibir uma transparência a que não está habituada, mostrando todos os números aos seus acionistas. O petrocomissariado pode provar que está diante de uma boa ocasião para fechar um grande negócio: basta contratar uma auditoria internacional para referendar sua opinião, mostrando custos e preços.


E os empregos previstos para o Complexo do Açu? Previsão e realidade cinco anos depois

Diante da demissão de cerca de uma centena de funcionários do estaleiro OSX do grupo EBX, talvez, seja oportuno relembrar as tabelas divulgadas pelo grupo, em seu momento de euforia, logo após a constituição da holding, e dos primeiros lançamentos (IPOs) de ações na bolsa, Ibovespa.

Com a primeira tabela se pode ver o número de trabalhadores previstos no estaleiro OSX na fase atual de implantação. A empresa OSX previa nesta fase a geração de um total de 3.500 funcionários. No total de empregos para os empreendimentos do complexo era previsto na implantação 39,5 mil funcionários.

Na segunda tabela o blog republica os números que constam dos EIA/Rima da própria OSX com a estimativa da evolução do empregos em Campos, SJB e Rio de Janeiro e demais municípios da região Norte Fluminense e do Estado do Rio de Janeiro (ERJ).

Na ocasião, já se sabia e foi comentado aqui neste espaço, que existia uma avaliação superestimada de geração de empregos e aumento da população, mesmo que todos empreendimentos listados viessem a ser implantados.

Com a mudança dos ventos e controle que os bancos (capital financeiro) passaram a ter sobre a implantação do Complexo, as tabelas das projeções dos empregos vão sendo modificadas, o que não se esperava era o uso da diminuição como operação matemática, neste período das obras, na calculadora do empreendimentos:




quarta-feira, 10 de abril de 2013

Problemas nas obras do Complexo do Açu


Este blog acompanha desde 2006 o projeto de implantação do Porto do Açu que depois foi ampliado para o Complexo Logístico-industrial do Porto Açu. De um terminal foi ampliado para o dois com a inclusão do Terminal Sul, depois batizado de TX-2, o terminal on-shore (no continente) com o canal de entrada para o estaleiro da OSX e que hoje está previsto também para as empresas de apoio off-shore.

O lançamento da pedra fundamental do porto do Açu aconteceu no dia 27 de dezembro de 2006. Desde este período e de forma mais constante desde o início das obras, em outubro de 2007, o blog postou quase duas mil notas com informações, questionamentos e debates sobre o processo de implantação do mesmo.

Estamos providenciando uma nota com a lista completa destas postagens. As postagens mais recentes estão disponíveis na seção do lado direito do blog cujo título é "As últimas do Complexo do Açu".

Nos últimos dias o assunto sobre problemas técnicos na construção voltaram à cena e ao debate. Até o MPF se manifestou ontem desejando ter informações sobre estas denúncias. Parece haver uma confusão entre problemas na construção e estaqueamento do TX-1 com os comentários atuais sobre as estruturas do estaleiro.

Pois então o blog foi aos seus arquivos e levantou postagens sobre o assunto. Também voltou a ouvir fontes que estão atuando no Complexo do Açu e, assim, traz abaixo, informações e fotos já postadas, em ordem decrescente das datas para ajudar a esclarecer a questão que merece sim, mais observações:

1) No dia 25 de junho de 2012 foi postado aqui sobre a queda de uma escavadeira (CAT) no mar ao trabalhar na construção do quebra-mar do TX-2:



2) No dia 15 de abril de 2012 foi postado aqui a informação sobre o uso de calços nas estacas que estavam cedendo na construção do Terminal TX-1:


3) No dia 3 de outubro de 2011 foi postado aqui em "Fotos recentes da construção do Complexo do Açu" com um detalhamento da informação:

"Além disso, é possível ver alguns detalhes da construção do píer que segundo nosso informante, são da aberturas que estaria sendo feita na laje da ponte, pois várias colunas estariam apresentando problemas estruturais. Neste serviço são abertas as colunas, tirada a água e a lama e logo após concretadas."

Há que se fazer uma correção, ao invés de colunas, seriam as estacas que foram projetadas para 53 metros e que algumas tiveram que ser emendadas até 96 metros. Outras tiveram que ser calçadas com o uso de "macacos hidráulicos".

As duas fotos apresentadas nesta postagem dão bem a dimensão do que as estacas cederam e o serviço, que na época últimos dias de setembro de 2011, estavam sendo empreendidas para dar à ponte um nível normal que como pode ser visto na foto estava completamente alterada.



A ponte de concreto e aço do Terminal TX-1 projetado para movimentação de minério de ferro e petróleo tem a dimensão de ponte de 26,5 m de largura e de 540 m de estrutura de transição e 2.340 m sobre o mar, totalizando 2.880 m de extensão.

Para a construção da ponte de acesso e dos píeres, foram cravadas 1.104 estacas de concreto protendido, mistas e ponteiras tubulares metálicas, com diâmetros de 800 mm e 1.000 mm, e comprimentos variando entre 48 m e 96 m.


A construção foi realizada pela empresa ARG e englobou além da construção da ponte de acesso, um píer de minérios de 443,6 m de extensão e 25,4 m de largura prevista para atracação de navios de grande porte.

A empresa ARG também foi a responsável pela construção do quebra-mar em enrocamento – 3,7 milhões de toneladas de pedra que seriam protegidos por 22.000 blocos de concreto do tipo Core-Loc de 3,9 m³ e 10 t cada um. 

Aí há uma outra grande dúvida do projeto, porque houve uma grande divulgação sobre o uso deste tipo de tecnologia dos core-locs que seria (foi) utilizado pela primeira vez no Brasil. Eles começaram a ser lançados ao mar, com chips para localização de seu posicionamento dinâmico, mas, segundo informações, eles desceram e os contatos de localização não foram mantidos. Muitos se encontram até hoje na retroárea sem utilidade.

Na ocasião barcaças foram contratadas para lançar os core-locs através de um embarcadouro construído provisoriamente. Os blocos de concreto do tipo Core-Loc seriam justapostos no mar um a um, por meio de guindastes.

Apesar destas dúvidas, e de muitos gastos extras, de pontos não previstos no projeto, até onde se sabe, os problemas foram corrigidos, embora, muitos recursos extras tenham sido gastos e os prazos de início de funcionamento do porto adiado por quatro vezes, em mais de três anos. É possível que outros problemas existam, mas, é preciso entender mais detalhadamente que está se passando no Complexo do Açu.

Sobre o assunto o geólogo e ex-professor da USP e UFMG, Everaldo Gonçalves disse em comentário no dia 09 de abril, em um artigo também de sua autoria publicado aqui no Portal 247, no dia 13 de março de 2013:

"A ponte foi feita por uma empresa sem muita tradição em obras desse tipo e no mar, com a pressa. Está que é inimiga da perfeição, fez com que as obras dos pilares fossem sendo feitas antes, até mesmo, da pesquisa de geologia ter sido concluída. Ou seja, para avaliar a fundação. Portanto ao que se sabe, pois nem as empresas sabem direito, pois não havia sido bem feita a pesquisa. Algumas fundações dos pilares foram insuficientes, pois

 foram menos profundas ou mais rasas que o necessário. Em obras desse tipo não deveria ocorrer tal situação, mas a depender de novos estudos geológicos, é possível e natural que tenha que ser feito reforço. Obras auxiliares e complementares de sustentação de pilares que estejam pondo em risco o perfeito equilíbrio e o balanço da ponte. Antes, já havia tido problema nos suportes das vigas, que parece foram substituídos. Agora, desde o inicio das obras e o término, parcial, da ponte da qual saem os berços de atracação, já era muito falado que faltou um estudo mais acirrado de geologia e de sedimentação advinda do Rio Paraíba do Sul, dos movimentos das dunas costeiras e das erosões da costa, tipo ocorre em Atafona, bem próxima do Porto e da salinização do lençol freático devido ao soerguimento da área com os sedimentos dragados. Enfim, o problema de estudos geológicos num projeto dessa magnitude é complexo e suportam os EIA-RIMA, para aprovação."

Para os dois quebra-mares (norte e sul) do TX-2, a tecnologia que passou a ser utilizada foi modificada com a contratação da empresa espanhola Acciona que trouxe o equipamento Kugira, instalado inicialmente no Porto do Forno em Arraial do Cabo e desde o ano passado trazido para o próprio Açu.


FONTE:http://www.robertomoraes.com.br/2013/04/problemas-nas-obras-do-complexo-do-acu.html

terça-feira, 9 de abril de 2013

Mico Portuário de Eike vai sobrar para Petrobras


Governo monta operação de guerra para socorrer o bilionário Eike Batista; uma das propostas é obrigar a Petrobras a transferir sua base de operações do pré-sal para o porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro; Graça Foster já tem problemas demais para resolver, mas Eike pode vir a se tornar o maior de todos; há a suspeita até de que o porto, mal construído, corra o risco de afundar; argumento do governo é de que a quebra de Eike faria mal à imagem do País; mas será que a socialização dos prejuízos é um bom sinal para investidores externos?


247 - O governo federal, em conjunto com a Petrobras, pode estar montando a mais arriscada manobra dos últimos anos. Trata-se da operação para salvar da falência o empresário Eike Batista, que vendeu promessas irreais a investidores do Brasil e do mundo e que, aparentemente, não será capaz de entregar nenhuma delas.

O primeiro ponto do resgate passa pela empresa LLX, responsável pelo Porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. Quando vendeu as ações desse projeto, Eike dizia ter memorandos de entendimento – os famosos MOUs (memorandum of understanding) - com dezenas de empresas. Foi exatamente, assim, que Eike embalou seu projeto. Entre os exportadores que se instalariam no Açu, constavam empresas como Fiat, Votorantim, Cargill e muitas outras. Nada disso, evidentemente, saiu do papel.

Depois, Eike passou a dizer que siderúrgicas chinesas se instalaram no Açu. Entre elas, os grupos Wisco e Wuhan. Também não deu em nada. Até a montadora Nissan foi vendida como potencial interessada no porto.

Bom, ninguém veio, o Açu não passa de um grande terreno com um píer construído – e, aparentemente, mal construído. Há a suspeita de que as estacas possam afundar. Além disso, como não foi feita uma baía, ou uma área de defesa no porto, as correntes marítimas impedem que navios de maior porte atraquem no Açu, da forma como ele hoje está construído.

Este é o quadro atual. Apesar disso, no dia de ontem, as ações do grupo EBX, que, ontem, enfrentavam mais um dia de terror, tiveram algum refresco quando o jornal Valor Econômico divulgou que o governo monta uma operação para salvar o homem que, até recentemente, prometia ser o maior bilionário do planeta. O primeiro passo para o resgate passa pela Petrobras, comandada por Graça Foster, que transferiria para o Açu sua base de operações para o pré-sal. Assim, a Petrobras seria o primeiro e único cliente de Eike.

Um detalhe importante é que, poucas semanas atrás, vazou a história de que o embaixador do Brasil em Cingapura vinha sendo pressionado para que convencesse o estaleiro Jurong a transferir suas operações do Espírito do Santo para o Açu. Como o Jurong não veio, sobrou a Petrobras.

No governo, a percepção geral é a de que a quebra de Eike poderia contaminar a imagem do Brasil no exterior. Por isso mesmo, nasceu a ideia de socializar ainda mais seus prejuízos. Sim, ainda mais, porque Eike já tomou R$ 6 bilhões no BNDES, segundo um levantamento do jornal Valor Econômico. Entre os bancos privados, o maior credor é o Itaú Unibanco, com R$ 1,7 bilhão.

Se for, de fato, confirmado o resgate de Eike, a decisão do governo aumentará ainda mais a pressão sobre a Petrobras, que foi transformada até em instrumento de campanha pela oposição, diante dos resultados recentes, que frustraram investidores. Eike confia na tese de que hoje é o que os americanos chamam de "too big to fail", ou seja, "grande demais para quebrar". Mas talvez a socialização dos seus prejuízos custe mais caro ao País – e também à imagem do Brasil – do que uma eventual falência.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Revista Exame: Porto do Açu está literalmente afundando!



Apesar deste assunto ter sido abordado em primeira mão pelo blog "Mosca Azul" que foi prontamente rebatido pela LL(X), agora o gato saiu de vez do saco para Eike Batista. É que a Revista Exame está repercutindo uma nota publicada na coluna Holofote da edição 2316 da Revista Veja que dá conta que o Porto do Açu está literalmente afundando.

Veja a matéria assinada pelo jornalista Márcio Juliboni e tire suas próprias conclusões. De cara só posso dizer que se a situação de Eike e das empresas da franquia "X" já estava complicada, agora é que a situação ficou ruim de vez.

O mínimo que se espera é que dessa vez a LL(X), em vez de enviar uma nota lacônica, abra o arquivo de informações sobre o que está sendo ventilado pela imprensa nacional que mostre se isto é verdade ou não. 

E nesse rolo todo, eu fico pensando como é ficarão as centenas de famílias de agricultores e pescadores que tiveram suas vidas dramaticamente modificadas para pior em nome desse porto. 


Porto de Eike Batista pode afundar (literalmente), diz Veja


Porto de Açu, no Rio, precisa de obras emergenciais para evitar a ruína do porto


Márcio Juliboni, de


São Paulo – O empresário Eike Batista vive, realmente, um inferno astral. A nova dor-de-cabeça do bilionário é o Porto de Açu, em construção no Rio de Janeiro. O projeto corre o risco de afundar – literalmente.
A informação é da coluna Holofote, da edição 2316 de Veja, que circula nesta semana. Segundo a coluna, as obras foram realizadas sem um estudo do solo. Agora, o estaqueamento (um tipo de alicerce) do estaleiro começou a ruir.

A revista informa que obras de emergência estão em andamento para evitar que o porto afunde. O porto está sendo tocado pela LLX, o braço de logística do Grupo EBX, fundado por Eike. As obras do porto começaram em outubro de 2007 e envolvem uma área total de 90 quilômetros quadrados.

Com profundidade inicial de 21 metros, prevê um píer de 17 quilômetros, capaz de receber 47 embarcações. Os investimentos previstos são de 4 bilhões de reais. Segundo o site da LLX, a previsão é que o porto comece a operar no segundo semestre deste ano.

FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/porto-de-eike-batista-pode-afundar-literalmente-diz-veja

Valor da terra no Açu: m² de aluguel valendo o triplo do valor de compra/indenização


Este blog postou uma nota aqui, no dia 4 de junho de 2012, que ate hoje é uma das mais acessadas e que gera um grande debate.

Na ocasião, o blogueiro fez uma conta sobre o valor pago para as desapropriações de terras no Açu e os valores por m² de área que a LLX está alugando para empresas de apoio offshore, junto ao terminal TX-2.

Na época a LLX havia informado que já possuía contratos de aluguel de 730 mil m², para uma área total disponível para esta finalidade de cerca de 2 milhões de m².

As áreas já contratadas são para a Intermmor, 52,3 mil m², NKT Flexibles, 121 mil m², Technip, 289 mil m² e GE, 322,5 mil m² entre outras. Naquela ocasião a área alugada tinha aproximadamente 730 mil m² alugados a um valor de R$ 6/m²/mês, o que daria em termos anuais R$ 52,5 milhões anuais.

Se a conta de estimativa de aluguel para os 2 milhões de m² de área disponível teríamos um total de cerca de R$ 150 milhões por ano. Em 20 anos, R$ 3 bilhões.

Na ocasião, se fosse levado em conta, o valor a ser pago em aluguel também pelas siderúrgicas duas siderúrgicas projetadas (Wisco e Ternium) para uso do terreno, chegou-se a estimar, também em uma década, uma receita de renda de aluguel superior a R$ 5 bilhões.

De outro lado, não se pode esquecer que o valor médio de terra pago como desapropriação aos pequenos produtores rurais foi (ou será ainda, porque a maioria deles ainda não recebeu, é de R$ 90 mil por alqueire, que divididos por 48.400 m² da quantidade de m² por alqueire), dá a quantia de R$ 1,86 ou, aproximadamente R$ 1,90/m2. 

Assim, se vê a discrepância entre a compra por R$ 1,90 por m² e o valor do aluguel mensal de R$ 6 por m², mesmo considerando as chamadas benfeitorias que foram negociadas para a área do Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB) e as que são ofertadas como infraestrutura do Complexo do Açu. 

Com estas contas reapresentadas, é possível deduzir que a incorporação imobiliária, fora o projeto da Cidade X, se transformou, num dos mais importantes itens de faturamento do grupo EBX, superior até a algumas atividades industriais e de logística que arrastam estas demais atividades projetadas para o Complexo do Açu.

Desta forma, se compreende como o uso do solo e a apropriação do território é um item importante nas estratégias de acumulação de capital do grupo EBX e o porquê das pressões e até truculência nos processos de desapropriação já vistos naquela região e amplamente divulgadas.

Esta é mais uma reflexão que o blog faz abertamente sobre o processo de implantação do Complexo do Açu e para a qual solicita a opinião de todos que acompanham o assunto, assim como a Codin e o próprio grupo EBX.

Aliás, os termos da chamada PPP (Parceria Público Privada) entre o governo do estado do Rio de Janeiro, através da Codin e o grupo EBX, para a instalação do DISJB até hoje não foi devidamente divulgada e publicizada.


domingo, 7 de abril de 2013

Do Blog do Pedlowski: O Complexo do Açu e o imaginário lobby do contra


Fruto provavelmente da situação desesperadora em que se encontram as empresas da franquia "X" e as ameaças que pairam concretamente por causa disso sobre o mega-empreendimento sendo construído no V Distrito de São João da Barra está aparecendo uma conversa para lá de disparatada. É que segundos alguns analistas haveria gente fazendo "lobby contra o Porto do Açu.

Essa sinalização é muito curiosa. Primeiro porque se há alguém protegido promovido por um impressionante lobby jornalístico, financeiro e político é o Grupo EBX e seu líder máximo o ainda bilionário Eike Batista. E não é preciso ir longe para ver isto, pois na capa da Forbes o filho dileto de Eliezer Batista conseguiu se colocar.

Se as coisas não andam boa para Eike e suas empresas "pré-operacionais" a culpa não é dos que resistem às remoções de terra que estão acontecendo no V Distrito de São João da Barra e, friso eu, que vão de encontro ao que estipula a própria Constituição estadual do Rio de Janeiro, particularmente nos incisos 1 e 2 do seu Artigo 265.

Essa coisa de lobby contra o Porto do Açu beira o hilário, mas é trágico. É que ao se levantar esse tipo de conversa, acaba de jogando para debaixo do tapete todas as violações ambientais, sociais e trabalhistas que estão ocorrendo de forma óbvia na construção desse mega-empreendimento que conta com pesada participação do governo federal através dos financiamentos camaradas do BNDES.

Por essas e outras é que o principal lobby "do contra" não está sendo feito localmente, mas na Bolsa de Valores de São Paulo onde a punição vem pela mão dos operadores do mercado de ações, e não por causa da resistência dos agricultores e pescadores do Açu. 

O mais lamentável é que a sociedade fluminense esteja assistindo a todo esse processo passivamente. Se as cobranças por transparência e cumprimento das leis brasileiras tivesse sido feita por quem efetivamente tem poder, talvez a situação do Grupo EBX não estivesse na posição tão frágil em que se encontra neste momento.

Aliás, nada mais ilustrativo do que eu disse acima do que a imagem abaixo. Certas vezes as imagens falam mais do que milhões de palavras!


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Empresas de Eike Batista perdem R$ 1,3 bilhão de valor de mercado nesta quinta





SÃO PAULO - A velha máxima de que "não há nada tão ruim que não possa piorar" pode ser aplicada ao momento atual vivido na Bolsa brasileira pelas empresas do grupo EBX, de Eike Batista. Com nova queda, as seis empresas do megaempresário com ações listadas na Bovespa amargaram uma perda de R$ 1,254 bilhão de valor apenas nesta quinta-feira (4). No ano, a diminuição de valor já chega a R$ 14,1 bilhões.


Avaliando a participação de Eike Batista no capital de cada uma das empresas, o patrimônio do megaempresário diminuiu R$ 715,8 milhões nesta sessão, segundo levantamento feito pelo Portal InfoMoney. Com isso, a riqueza de Eike diminuiu em R$ 8,125 bilhões no acumulado destes pouco mais de três meses do ano.

OGX "perde" R$ 776,6 milhões de valor de mercado

A queda mais sentida foi justamente da maior empresa do Grupo, a OGX Petróleo (OGXP3). As ações da companhia fecharam esta sessão com desvalorização de 10,81%, cotadas a R$ 1,98 --seu menor patamar da história na Bolsa.

Em valores absolutos, a companhia perdeu hoje R$ 776,6 milhões de valor de mercado. Com isso, a empresa vê suas ações acumularem queda de 54,79% em 2013, o que equivale a uma perda de R$ 7,8 bilhões de valor de mercado.

Além do já conhecido "risco X" que as companhias de Eike Batista têm carregado nos últimos meses --tendo em vista que boa parte dos projetos de suas empresas está com os prazos já estourados--, o fluxo de notícias recentes sobre a empresa também pouco agradou os investidores. Na noite anterior, a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou a nota da dívida da petroleira de "B" para "B-", com perspectiva negativa. 

Nessa nota, a agência entende que a empresa ainda possui capacidade de honrar seus compromissos financeiros, mas se a nota for rebaixada em mais um degrau, para CCC, ela vai se tornar dependente de condições favoráveis de negócios, financeiras e econômicas para honrar os compromissos financeiros.


MMX também fecha abaixo de R$ 2

Logo à frente da OGX entre as maiores quedas do Ibovespa, a ação da MMX Mineração (MMXM3) fechou esta sessão com queda de 7,32%, cotada R$ 1,90 --seu menor patamar desde 28 de outubro de 2008-- e ampliando suas perdas no ano para 57,30%. Em valor de mercado, a mineradora de Eike Batista perdeu R$ 146,0 milhões nesta quinta e R$ 2,48 bilhões em 2013.

O título híbrido da MMX, negociado em bolsa sob o ticker MMXM11, também caiu forte --queda de 6,33%, fechando na sua mínima histórica (R$ 2,22), estendendo as perdas de 2013 para 36,21%.

Outra a renovar sua mínima histórica foi a OSX Brasil (OSXB3), que caiu 5,88%, para R$ 4, perda de R$ 73,4 milhões de valor de mercado. Em 2013, o papel já recuou 62,44%, que equivale a R$ 1,95 bilhão perdidos.

A LLX Logística (LLXL3) não ficou muito distante e viu suas ações recuarem 3,81%, fechando este pregão a R$ 2,02 --perda de R$ 55,5 milhões de valor de mercado. No ano, a queda é de 15,83%, ou R$ 263,7 milhões.


Avaliação de outros impactos gerados pelo Complexo do Açu

O artigo abaixo é de autoria da Raquel Davis e foi encaminhada para publicação no Nicomex Notícias e republicado no site da APET (Associação dos Engenheiros da Petrobras):

"O impacto ambiental do Porto do Açu"



"O Superporto do Açu, como visto em reportagens anteriores, causará, após a sua implantação diversos tipos de impactos ambientais. Perigos atuais e que estão acontecendo neste exato momento, por outro lado, estão ligados às obras de sua construção.

Dentre estes, podemos citar a quantidade de areia sendo dragada para essas obras, que é visivelmente impressionante, e que traz consigo impactos ambientais de grande porte. Um exemplo disto são as modificações de certos compostos, por exemplo, metais, que podem estar presentes no fundo do corpo d’água de forma “inativa”, sem causar mal nenhum à fauna aquática local, mas que, após a dragagem, quando entram em contato com a coluna d’água e o oxigênio presentes ali, se tornam ativos novamente e podem entrar diretamente na cadeia alimentar do local.

Outro problema está ligado à construção de um quebra-mar gigantesco, com o objetivo de proteger os navios atracados no porto. Essa instalação terá 230 metros de extensão, sendo 1300 ao norte e 930 a oeste. Para se ter uma noção da enormidade deste projeto, o volume de rochas necessárias para a sua construção equivalem ao morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. A finalização da estrutura será feita com 21.400 peças de concreto com 10 toneladas cada. Obviamente, o despejo deste tipo de pedra acarreta em diversas consequências para a vida marinha do local, que ainda não foram bem estudadas. Uma das possíveis consequências, por exemplo, seria a destruição do habitat das espécies bentônicas – que vivem no fundo do corpo d’água – além de possíveis alterações na composição da água local, e características como pH, alcalinidade e dureza, dependendo do tipo de rocha que está sendo utilizada, afetam diretamente a vida marinha.

Outro ponto a se observar é a área chamada pelo empreendimento de “Empreiteirópolis”, onde a vegetação local foi retirada para se criar um canteiro de obras do estaleiro. O grupo responsável pelas obras diz que será feito o reflorestamento da área com espécies nativas, que estão sendo cultivadas em uma estufa, assim que a construção terminar. Porém, o simples fato de desmatar e utilizar solo como canteiro de obras já é uma agressão sem tamanho ao ecossistema local. O desmatamento em si já causa problemas como a acidificação dos solos e a diminuição de sua fertilidade, que levam a tantos outros problemas ambientais. De nada adianta replantar a vegetação se, ao desmatar a vegetação original, se destrói também o habitat e as fontes de alimento de animais nativos, que, com o tempo necessário para se concluir as obras, provavelmente terão de se adaptar às novas condições, ou perecer. Na opinião desta autora, a última opção, infelizmente, é a mais provável. Portanto, novamente entramos no quesito de um (des) equilíbrio entre a (não) necessidade de se explorar um ecossistema sem se pensar nas consequências ambientais.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Do Blog Planície Lamacenta - Porto do Açu: conclusões!



Não há no mundo, seja do lado progressista, seja do lado dos reacionários liberais, aqueles que defendam que as estruturas logísticas sejam prescindíveis a dinâmica de qualquer economia ou sistema econômico.

Produziu, tem que embarcar, andar, trocar de lugar. Esta lógica, inclusive, é anterior ao capitalismo, embora tenha sido este modo de produção que elevou a categoria logística de meio a quase fim em si mesmo.

Em relação ao dinheiro, o capitalismo conseguiu driblar a barreira física, com o advento da informação telemática.

Já no que tange as mercadorias, ainda não inventaram o teletransporte.

Por isto a importância de portos, aeroportos e outras plataformas modais.

São temas estratégicos, e como tais, não podem ser tratados como foi o caso do Porto do Açu. 

Um erro de avaliação grave do governo Lula, mantido como erro no governo Dilma.

Engolimos a tese da superioridade do setor privado, sua agilidade e eficiência, gerenciados pela mão invisível do mercado.

Um desastre.

Se compararmos a manobra grandiosa ESTATAL que foi pesquisar e explorar as reservas do pré-sal em 07 anos, quando a média do setor privado petroleiro é de 10 a 15 anos, com a construção de um Porto, embora sejam processos diferentes, mesmo assim dá pena dos que ainda defendem a tese da superioridade privada.

Por mais gigantesco e ousado que seja seu conceito, e no caso do Açu, nem foi tanto assim, porque boa parte de seu fracasso foi não avaliar, inclusive, que o sistema porto-indústria estaria fadado ao fracasso pela nova conformação das plantas menores (fragmentadas e de ciclo completo) do sistema siderúrgico, por exemplo.

O Porto do Açu é um monstro de equívocos:

Desapropriações enganosas, com tensão social grave.

Impactos ambientais severos e resultado de arrogância e incapacidade técnica de previsão.

Frouxidão e "pressa" dos órgãos locais e estaduais de licenciamento, revelando a nefasta pressão que o capital faz sobre o setor público e a regulação estatal.

Fracasso de execução.

Fracasso no trato trabalhista.


Como sempre, os agentes privados parecem "forçar" a mão para que o Erário os socorra. 

O episódio da Acciona não pode ser apenas debitado na conta da cínica ineficiência, admitida em nota distribuída a sociedade, embora boa parte seja isto mesmo: Trabalhadores e direitos? Ora, fodam-se!

Mas é mais que isto. Começou um novo jogo, ou seja, deteriorar tudo, aumentar o passivo social e econômico a tal ponto, que o sócio estatal seja obrigado a intervir para evitar danos maiores.

Já dissemos: O porto é fundamental, mas o governo federal, os órgãos judiciais e de fiscalização têm a obrigação de causar reparações severas para serem pagas pelo patrimônio dos aventureiros, caso sejamos (nós, os contribuintes) chamados a pagar a conta!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Porto do Açu: O que estão esperando?


O que as autoridades do Ministério do Trabalho estão esperando para fazer uma devassa nas relações contratuais, sistematicamente descumpridas, pela Acciona e, subsidiariamente, pela sua contratante as empresas X?

O troço virou bagunça? Primeiro, mantiveram espanhóis trabalhando aqui, ilegalmente, com visto de turistas, e nada foi feito!

Agora, reduzem os trabalhadores brasileiros a condições adversas, sem a menor cerimônia.

Então, liberou geral?

Ou estão esperando que o conflito chegue às raias do descontrole total, e aconteça alguma tragédia?

São grandes demais para serem fiscalizados?

Greve no Açu


A manifestação desta manhã é basicamente com os trabalhadores da empresa espanhola Acciona que presta serviços nas obras do porto e do estaleiro da OSX no Complexo do Açu.

A Acciona começou a prestar serviços para o grupo EBX, através da construção de estruturas de diques, através do equipamento Kugira que, incialmente ficou baseado no Porto do Forno, no município de Arraial do Cabo, de onde as peças fabricas foram transportadas (arrastadas) pelo mar até o Açu.

Após estes primeiros trabalhos a empresa cogitou de trazer o equipamento Kugira para o Açu. Trouxe seus técnicos, alugou diversos partamentos em Campos para técnicos espanhóis, e providenciaram a construção de alojamento no Açu, para contratação de funcionários menos especializados.

Neste meio tempo, a empresa, começou paulatinamente a assumir serviços de engenharia que eram de outras empresas, como a ARG, e mesmo os contratos de novas construções tanto no porto (LLX), quanto no estaleiro (OSX).

Até o serviço de extração de pedras na Pedreira no morro do Itaóca em Campos e transportes em enormes caminhões passou a ser feito pela empresa espanhola.

Neste meio tempo, a contratação de funcionários vindo de Minas e do Nordeste, além de trabalhadores da região se intensificou. Por conta disso, trabalhadores quarteirizados de outras empresas foram sendo alojados em diferentes pontos da região.


Alojamento da Acciona no Açu

Em novembro do ano passado, o Ministério Público do Trabalho flagrou condições inadequadas de alojamento, em pousada no balneário de Grussaí. (Veja aqui e aqui).

A seguir a Acciona concluiu seu alojamento no Açu com enormes 15 pavilhões com capacidade para hospedagem de cerca de 2 mil trabalhadores. (vide imagem ao lado)

Em fevereiro deste ano, trabalhadores já acomodados no alojamento do Açu reclamavam das condições, da alimentação e desentendimentos entre eles e segurança foram responsáveis por um incêndio. (vide aqui)

No dia 12 de março de 2013, em audiência pública para debater o plano diretor de SJB, o prefeito Neco disse que caçaria a licença ou não permitiria a instalação de alojamentos com capacidade maior que 300 trabalhadores e com distância inferior a 5 quilômetros um do outro. (vide aqui)

O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil diz que diversos comunicados solicitação atendimento às reclamações sobre pagamentos atrasados; alimentação ruim; plano de saúde; trabalho noturno sem hora de descanso, desvio de função, etc. foram sistematicamente ignorados.

A paralisação de hoje que envolve ainda trabalhadores de outras empresas quarteirizados pela Acciona, é consequência deste processo. As reivindicações parecem básicas demais e incompreensivelmente postergadas, diante de um empreendimento que se propõe a ser um dos maiores estruturas de logística, tipo porto-indústria da América do Sul.

Está marcada para 16 horas uma reunião das lideranças dos trabalhadores da Acciona e do Sindicato do Trabalhadores em Campos, possivelmente, com a presença de representantes da empresa.

PS.: Atualizado às 13:22: O blog foi informado que todas as portarias de acesso ao Complexo do Açu estão fechadas. A comunicação é precária. A única operadora que é acessada é a Vivo e durante toda a manhã apresentou problemas, em função também da falta de energia na localidade do Açu. A fonte diz que muitos trabalhadores estão agora retornando para casa e alojamentos, de motos, caronas e/ou carros, já que os ônibus ficaram retidos nos pontos das manifestações.

PS.: Atualizado às 14:08: Como se viu acima a pauta dos trabalhadores da Acciona que atuam no Açu tem diversos pontos, mas o "X" da greve é atraso de salário mesmo.

Trabalhadores do Açu fazem manifestação e fecham entradas para o Porto



Carlos Grevi / Arquivo

Polícia Militar e Bombeiros já foram acionados e se deslocaram para o local

Uma nova manifestação teve início na manhã desta terça-feira (02/04) e deixou todas as entradas para as obras do Porto do Açu interditadas. A ação acontece ainda nas estradas de acesso pela BR-356. A Polícia Militar foi acionada e já se encontra no local.

A manifestação começou por volta das 6h e de acordo com Renato de Oliveira Batista, representante dos trabalhadores, a reclamação acontece por pagamentos atrasados; vale alimentação e plano de saúde, que segundo ele vem sendo descontados sem dar direito aos benefícios; além de desvio de função, trabalho noturno sem hora de descanso e dificuldade de comunicar problemas com o setor de recursos humanos. Os trabalhadores reclamam ainda das más condições da alimentação e que alguns setores estariam sendo privilegiados. 

Ainda segundo Renato, nenhum representante da empresa buscou negociações com os trabalhadores que permanecerão no local até que um acordo seja fechado. Os cerca de 1500 trabalhadores se dividiram pelas três portarias de acesso às obras e obstruíram os caminhos com galhos e troncos de árvores. Apenas a passagem de moradores do entorno está sendo permitida. O engarrafamento já chega a quatro quilômetros, no local e diversos ônibus com trabalhadores retornaram. Muitos caminhões carregados de pedras estão no acostamento da estrada.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Mobiliários (STICONCIMO), José Carlos Pereira da Silva, a empresa já está ciente e foi avisada várias vezes quanto as reivindicações dos trabalhadores, no entanto não tomou nenhuma medida a respeito. Ailton Santos que também é membro do sindicato disse que neste segunda-feira (01/04), os trabalhadores chegaram a paralisar suas atividades dentro do porto, mas mão tiveram retorno da empresa.

"Em contato com o Ministério do Trabalho, agendamos para esta terça uma reunião, com representantes da empresa, dos trabalhadores, Sindicato e Ministério, quando esperamos resolver a situação", disse Ailton que falou também que 1.557 pessoas trabalham para a empresa no Porto. 

A assessoria da Acciona informou que está apurando as causas da manifestação para se pronunciar oficialmente.

Agentes do Batalhão de Polícia Rodoviária da PM revelaram que o engarrafamento foi iniciado na rotatória no km13 da RJ-240.




URURAU